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terça-feira, 29 de dezembro de 2015


Li uma carta hoje que assim terminava: “Um beijo bem beijado e um abraço bem apertado”. Ainda estou refletindo sobre os vários significados e a importância de enfatizar dizendo “bem beijado, apertado”. Foi célere a passagem desse ano e com ele caminhei sem talvez ter parado para observar os “beijos bem beijados e abraços bem apertados” que se apresentaram nessa caminhada. Falo dos momentos de carinho, da mão estendida, da compreensão, do afeto, do companheirismo, da atitude de perdão, do sorriso no momento preciso e do choro necessário. Falo do olhar acolhedor mesmo diante da repreensão, falo das palavras e seus sentidos (obrigado, desculpa, com licença...). Falo de viagens efetivas e daquelas que fazemos através dos sonhos e imaginações, como único objetivo de preservar a alegria e a saúde psíquica. Falo de mim e de você que por vezes ignoramos a simplicidade dos gestos por estarmos apressados no viver! Falo de noites que desperdiçamos com a mágoa que bate a nossa porta, como “se”, se tivéssemos feito, dado, ido, então teria sido diferente a jornada. Falo de abraços apertados sem pressa de soltar naqueles que nos são queridos, e nos que necessitam serem abraçados de igual modo, para que o carinho oferecido apazigue suas dores. Falo da apreciação do ócio e o quanto ele faz bem a alma dos viventes humanos, como nós. Corri tanto esse ano...  Houve momentos de muito cansaço, alguns percalços, noites longas, choro preso na garganta, viagens que deixei de fazer. Houve perdas, saudades, palpitações, somatizações em um corpo que só se manteve de pé porque não perdeu a visão da Cruz, a Graça do Evangelho de Cristo e o abrigo das promessas do Eterno! “Um beijo bem beijado e um abraço bem apertado” é tudo que espero e desejo para o ano de 2016, acrescentando que tudo seja sem pressa de soltar, para mim e você! Que possamos caminhar de mãos dadas por todo o 2016, sem perder o brilho do olhar da cumplicidade, a fragrância do equilíbrio, a doçura da compreensão, a beleza do amar, afinal tudo isso e muito mais fazemos “apesar de”, fazemos, pois entendemos que viver é uma viagem de compartilhamentos até os portões da eternidade, para então sozinhos com os nossos feitos, nos apresentarmos diante do Eterno que conhece verdadeiramente, a intenção dos nossos corações.

 

 

Os: “Um beijo bem beijado e um abraço bem apertado”, trecho final da carta de Castelo Branco à sua esposa.