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sábado, 19 de novembro de 2016


Já é madrugada na cidade do rio que brilha... O silêncio é ouvido interrompido vez por outra, pelas batidas de um coração que desliza ao encontro dos lagos e igarapés... No rio que brilha as braçadas são de esperanças diariamente renovadas pela força de suas águas. No rio que brilha o acalento chega com os paneiros de pescados, pois a simplicidade é o que faz a alegria e o contentamento habitarem em completa harmonia nas ruas por onde passa. Já é madrugada e a saudade conversa com a partida e fazem uma aliança para a eternidade de sempre se encontrarem, não importando se na cheia ou vazante, se na foz ou quando suas águas se encontram sem se misturarem, pois o que conta mesmo é correrem se olhando, respeitando e amando! Nesse silêncio da despedida, estar distante sempre será a agonia pelo retorno de novamente andar pelas águas que brilham e encantam... Já é madrugada e todo minuto é apreciado, eternizado pela lente mais sensível do corpo humano, o coração. E assim a vida segue afirmando que o tempo é hoje, a felicidade é agora, a oportunidade é o momento sempre presente, a dor é passado, a perda é porta para a ressignificação, pois seres de possibilidades acreditam sempre em renovos. Esse rio é minha rua, é o afago mais esperado pela alma, é o sorriso largo, é identidade do ser, é açaí, tacacá, cupuaçu, bacuri, vatapá, charutinho bem fritinho, é farinha, é pimenta de cheiro, maniçoba, é pôr do sol, é lua cheia, é a Pérola do Tapajós! Sintam-se todos acarinhados por mim daqui das minhas paragens, a Santarém do meu amor.

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