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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017


Então ela disse: Minha vida tem sido de dores. Não consigo lidar com tudo isso... “partir” é a única solução pra mim... descansarei! Muito tenho ouvido e lido sobre os motivos que levam ou levaram alguém a tirar sua própria vida, o que poderia ter sido feito e etc. Nesta breve reflexão quero falar um tantinho sobre a dor, aquela que chega a abrir “feridas” na alma e nem sempre damos a importância que merecem, culminando com o suicídio. Acredito que quando alguém pensa em “partir”, essa pessoa quer na verdade é matar, extirpar a dor, mas nunca a sua vida. Estamos vivendo a época dos super heróis, do imediatismo, dos relacionamentos virtuais perfeitos... Temos vivido sem diálogos presenciais, aqueles em que tocamos no outro, vemos seu rosto e todo o sentimento expresso pelo mesmo e também, permitimos sermos vistos... Temos vivido ignorando palavras amáveis, olhares afetuosos, abraços calorosos, beijos amorosos... Temos vivido sem olhar para os lados ou para trás. Temos acreditado que olhar para frente é o que nos faz bem sucedido, próspero, feliz! Dificilmente choramos ou ouvimos mais de uma vez com o outro, pois nos tornamos adeptos da cultura de que pedir ajuda ou não conseguir “olhar para frente”, é sinal de fraqueza ou quem sabe, até de erros e/ou pecados. Infelizmente temos confundido a dor da alma com desvio de caráter, personalidade e possíveis pecados! Ultimamente, cristãos justificam tudo que acontece ao homem com a lei Bíblica da Semeadura e da Colheita, como se não tivéssemos recebido o mandamento de amar uns aos outro, estendendo a mão na caminhada, oferecendo o ombro amigo, fazendo do Evangelho uma verdade prática pessoal e coletiva. Penso que é mais importante agir como cristão, queridos! Cristão não só faz orações, cresceu em uma família cristã ou ministra a Palavra. Embora cada uma dessas coisas possa fazer parte da experiência cristã, não é isso o que “faz” um cristão. Ser cristão é entender que a Salvação foi conquistada e garantida no madeiro e só a perdemos por blasfêmia contra o Espírito Santo (Mc 3.28-30). Temos egoisticamente dito: Esse problema não é meu! Temos julgado e condenado àquele que sofre na alma, esquecendo que somos um espírito que habita em um corpo, ainda não glorificado. A dor da alma é dilacerante, embota os sentidos, fragiliza o ser. Estar em Cristo é entender de misericórdia, de percorrer os caminhos da ciência em busca de ajuda aos que necessitam, impedindo que o desespero suplante a vida. Somos responsáveis por aqueles que sofrem na alma e por aqueles que vivem suas vidas sendo fortalezas para outros (muitos adoecem ao longo da caminhada por não poderem ser simplesmente humanos). Todos, sem exceção necessitamos de aconchego, compreensão e atitudes dignas da Graça. Termino esse dia agradecida ao Eterno por minha humanidade e por todas as vezes que necessitei me levantar, pedir socorro, chorar e encontrei um humano como eu, caminhando ao meu lado, me oferecendo seu tempo. Sintam-se todos abraçados por mim, daqui de terras potiguares!


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