Então ela disse: Minha vida tem sido de dores. Não consigo
lidar com tudo isso... “partir” é a única solução pra mim... descansarei! Muito
tenho ouvido e lido sobre os motivos que levam ou levaram alguém a tirar sua
própria vida, o que poderia ter sido feito e etc. Nesta breve reflexão quero
falar um tantinho sobre a dor, aquela que chega a abrir “feridas” na alma e nem
sempre damos a importância que merecem, culminando com o suicídio. Acredito que
quando alguém pensa em “partir”, essa pessoa quer na verdade é matar, extirpar
a dor, mas nunca a sua vida. Estamos vivendo a época dos super heróis, do
imediatismo, dos relacionamentos virtuais perfeitos... Temos vivido sem
diálogos presenciais, aqueles em que tocamos no outro, vemos seu rosto e todo o
sentimento expresso pelo mesmo e também, permitimos sermos vistos... Temos
vivido ignorando palavras amáveis, olhares afetuosos, abraços calorosos, beijos
amorosos... Temos vivido sem olhar para os lados ou para trás. Temos acreditado
que olhar para frente é o que nos faz bem sucedido, próspero, feliz!
Dificilmente choramos ou ouvimos mais de uma vez com o outro, pois nos tornamos
adeptos da cultura de que pedir ajuda ou não conseguir “olhar para frente”, é
sinal de fraqueza ou quem sabe, até de erros e/ou pecados. Infelizmente temos
confundido a dor da alma com desvio de caráter, personalidade e possíveis pecados!
Ultimamente, cristãos justificam tudo que acontece ao homem com a lei Bíblica da
Semeadura e da Colheita, como se não tivéssemos recebido o mandamento de amar
uns aos outro, estendendo a mão na caminhada, oferecendo o ombro amigo, fazendo
do Evangelho uma verdade prática pessoal e coletiva. Penso que é mais
importante agir como cristão, queridos! Cristão não só faz orações, cresceu em
uma família cristã ou ministra a Palavra. Embora cada uma dessas coisas
possa fazer parte da experiência cristã, não é isso o que “faz” um cristão. Ser
cristão é entender que a Salvação foi conquistada e garantida no madeiro e só a
perdemos por blasfêmia contra o Espírito Santo (Mc 3.28-30). Temos egoisticamente dito: Esse problema não é meu! Temos
julgado e condenado àquele que sofre na alma, esquecendo que somos um espírito
que habita em um corpo, ainda não glorificado. A dor da alma é dilacerante,
embota os sentidos, fragiliza o ser. Estar em Cristo é entender de
misericórdia, de percorrer os caminhos da ciência em busca de ajuda aos que
necessitam, impedindo que o desespero suplante a vida. Somos responsáveis por
aqueles que sofrem na alma e por aqueles que vivem suas vidas sendo fortalezas
para outros (muitos adoecem ao longo da caminhada por não poderem ser
simplesmente humanos). Todos, sem exceção necessitamos de aconchego,
compreensão e atitudes dignas da Graça. Termino esse dia agradecida ao Eterno
por minha humanidade e por todas as vezes que necessitei me levantar, pedir
socorro, chorar e encontrei um humano como eu, caminhando ao meu lado, me oferecendo
seu tempo. Sintam-se todos abraçados por mim, daqui de terras potiguares!
O mundo cristão tem vivido momentos de grandes confusões teológicas e infindáveis discórdias doutrinárias. O homem serve a um Deus maravilhoso que tem prazer em expressar Seu coração e revelar Seus pensamentos! Esses pensamentos jamais contradizem as Escrituras, as quais são úteis para o seu ensino, correção, repreensão e exortação. Aqui vocês encontrarão reflexões do que penso e acredito sobre vários assuntos teológicos que venho estudando ao longo dos anos. Ao meu Deus seja toda a glória!
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