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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Saudades Pai...


A vida humana é comparável a uma viagem. Mais curta ou mais longa, ela tem os seus imprevistos. Há bons e maus momentos, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, nascimentos e mortes. Podem até surgir algumas encruzilhadas nas quais chegamos a sentir-nos quase perdidos... Digo “quase” porque, como cristãos, sabemos que o Senhor segue sempre conosco, providenciando a ajuda, conforto e encorajamento necessários na difícil hora da incerteza, desânimo, aflição, dor, saudade, partidas... Todos nós temos em nossos corpos marcas... marcas internas e externas!

Hoje a saudade tomou conta de meu coração... Uma saudade que dói, queima,  uma saudade sem consolo, não importando quantas lágrimas inundem meu rosto ou me levem a soluçar, a sonhar com todos os momentos vividos ao seu lado. Saudade de palavras que não proferi, de beijos que não lhe dei, de abraços apertados sem qualquer pressa de soltá-lo... saudade do seu sorriso, do jeitinho que sentavas e andavas. Ah se pudesse te falar um momento apenas, antes de sua partida! A vida passou rapidamente e quando me dei conta, perdi você... quem me receberá quando chegar? Você não estará lá. Quem me dará os conselhos que preciso, sem pedir? Quem contará as histórias da família com tanta graça, a não ser você? Sinto falta do seu cheiro, das suas brincadeiras... sinto falta da sua alegria, dos sonhos tão simples, como de voltar a pescar no Tapajós... Recentemente o seu companheiro de pescaria fez isso por você, mas sem você! Ah se eu pudesse te contar da alegria que seu filho sentiu, naquele fim de tarde, na Pérola do Tapajós, onde o mais lindo Pôr do Sol foi testemunha...

A dor da saudade, que sinto é muito grande, você é tão presente na memória, no coração... ainda agora parece que vou vê-lo chegar, ler esta mensagem, e com sua inteligência e conhecimento opinar. Parece que vejo você dizendo, com aquele sorriso amigo, compreensivo: Muito bem, gostei! Quando fico triste, lembro-me de você alegre, os maiores problemas tornavam-se ínfimos perante a sua alegria, havia sempre um sorriso no seu rosto reduzindo o maior dos problemas a nada.

É difícil suportar a dor da despedida, principalmente quando a partida, é para nunca mais voltar! Não tivemos tempo para um último abraço... nosso tempo acabou! Só com a agonia da despedida somos capazes de compreender a profundidade do nosso amor! Em cada porto que me despedi, deixei meu coração... Como conter essa dor que não passa há 18 anos? O tempo só tem poder de ameniza-la, sem cicatriza-la!

Ah se pudesse voltar no tempo... Toda despedida é dolorosa por ser um pedaço da vida que deixamos pra trás perdendo a chance de vivê-la. Toda e qualquer despedida! O olhar despede, mas chama no instante da despedida. Porém, é na renúncia que se ama mais intensamente... Se despeça em cada despedida, ela pode ser a última pra você ou pra quem está partindo... E a vida se refaz!








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