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sábado, 15 de outubro de 2011

Ensinar

Ensinar é uma prática social ou, uma ação cultural, pois se concretiza na interação entre professores e alunos, refletindo a cultura e os contextos sociais a que pertencem. Assim, não se pode reduzir o conceito da prática educativa às ações de responsabilidade do professor e que, normalmente, ocorrem em sala de aula. O ato de educar, a ação educativa, transcende às ações dos professores e extrapola os limites físicos da sala de aula.
Ser professor significa tomar decisões pessoais e individuais constantes, porém sempre reguladas por normas coletivas, as quais são elaboradas por outros profissionais ou regulamentos institucionais. E, embora se exija dos professores uma capacidade criativa e de tomada de decisões, boa parte dessa energia acaba por ser direcionada na busca de solução de problemas de adequação com as normas estabelecidas exteriormente. Ser professor significa, antes de tudo, ser um sujeito capaz de utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para desenvolver-se em contextos pedagógicos práticos preexistentes.
Prepara-se (o professor) para uma escola ideal, mas muito longe do “mundo real” onde quase nunca as condições mais básicas para a ação educativa estão presentes. A formação do professor se faz, ainda hoje, com base em estudos e modelos do passado baseados numa realidade ideal que nunca se concretizou.
O ensino (ação educativa) não deve ser colocado como algo apenas da esfera da escola (enquanto instituição organizada e voltada para a educação). O processo de ensino permeia todos os níveis de nossas vidas e da sociedade e, ao olharmos para qual é o papel do professor em sala de aula, devemos ter em mente não mais a ideia de formação de sujeitos aptos a atenderem às exigências do mercado, como mão-de-obra especializada e/ou consumidor. Significa perceber o processo de ensino com um processo de construção através da ação reflexiva de um sujeito completo, um homem (ser humano) consciente de seu papel social, mais tolerante e respeitador das diferenças, que sabe coexistir e que traz em si a consciência transitiva da superação, da mudança e do agir. Temos que nos lembrar que toda ação educativa deve ser feita no sentido de levar o homem a refletir sobre seu papel no mundo e assim, ser capaz de mudar este mundo e a si próprio! (pedagogicamente falando!).
Nesta era de cosmologia, evolução e genoma humano, existe a possibilidade de uma harmonia satisfatória entre as visões de mundo científico/pedagógico, social e espiritual, onde o domínio da ciência está em explorar a natureza e o domínio de Deus encontra-se no mundo espiritual – um campo que não é possível esquadrinhar com os instrumentos e a linguagem da ciência; deve ser examinado com o coração, com a mente, com a alma e com a Palavra. Nunca pensei em ser professora! Tornei-me professora quando busquei conhecer o Mestre dos mestres. Fui persuadida e persuadida fiquei (Jr 20.7a)!

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