Amar
o próximo como a si mesmo é preceito cristão exaustivamente repetido. Acontece
que, quase sempre, não sabemos exatamente o que significa na essência. Por
vezes observamos cristãos fazendo o contrário! Às vezes penso que para essas
pessoas, o sacrifício de Cristo não foi por toda a humanidade, mas por um “seleto
grupo”. Será que quando fico citando versículos bíblicos sobre desobediência, humilhação,
tripudiando em cima do momento difícil em que meu irmão tá vivendo, não
importando as razões que o levaram a isso, não estou faltando com o exercício do
amor? O que na verdade quero mostrar para os que me cercam? Estaria o trono de
Deus feliz com a queda de um dos Seus filhos? Não sei se você sabe, mas tem
aqueles que não contentes em dever amor ao próximo, ainda faltam com temor e
tremor na presença de Deus afirmando que a unção que há na vida do seu irmão
não passa de práticas satanistas! Como você acha que terminarão essas pessoas?
Mt 22.39, após revelar o primeiro Mandamento que é
amar a Deus acima de tudo diz: “O
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O
que Jesus fez foi resumir com estas palavras e por meio de Sua vida que a Lei
baseia-se no amor, a partir do qual, a obediência é uma expressão consciente e
voluntária! O apóstolo Paulo afirmou : “sede,
antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só
preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.13,14);
e: “Levai as cargas uns dos outros e,
assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2). Deste modo entendemos que
todos os Mandamentos baseiam-se e resumem-se em relacionamento segundo a lei
pelo amor e não o contrário (amor pela lei) como as seitas da época de Jesus e
da nossa entendem e praticam o legalismo. Você tá me entendendo? O entendimento
deste amor (agápico) é que ele é uma atitude deliberada, não um sentimento. É
uma escolha e não uma vontade. É uma doação e não uma intenção. É imediato e
não mediato. É previsto e não imprevisto. É voluntário e não forçado! Porque
tens te arvorado de juiz sobre teu irmão? Porque tens aplaudido suas quedas e
derrotas gritando aos quatro cantos que “é a mão do Senhor”, “os desobedientes
tem parte com satanás”? Será que estou conseguido fazer você refletir na vida verdadeiramente
de amor que tens deixado de viver? Da sua boca as sementes que tem saído são
apenas de morte não importando qual o seu “nível” como cristão! Na verdade, você
esqueceu-se que és um simples mortal!
Nos amamos, naturalmente, por causa de nós mesmos.
No fundo, temos a convicção de que nossa importância é uma norma e nossos
interesses uma prioridade, mesmo quando entramos em conflito com a importância
de Deus e o interesse do nosso próximo. Na realidade, nascemos sob o pecado de
crer em nós como superiores. Esta é a razão de tantos dilemas em nossa
sociedade, quando nos dedicamos com todo o nosso coração, toda a nossa alma, e
todo o nosso entendimento para criar circunstâncias de satisfação, segurança e
honra em torno de nós mesmos. Segundo o paradigma de “amar a Deus” (“semelhantemente”), amar o próximo
deve ser uma atitude além de si mesmo. A Bíblia não ensina deixar de nos amar (“como a ti mesmo”) para fazer o bem
ao outro (Mt 7.12), mas que isto deve ser o resultado de amar a Deus acima de
tudo e todos! Sem um relacionamento
autêntico com Deus e compreensão bíblica do que é amar, amar o próximo poderá
se tornar apenas um credo ou apenas obras sociais para justificar alguma
acusação na consciência religiosa. O amor genuíno exige que façamos o bem ao
próximo por amor a Deus acima de tudo, sem interesse de receber alguma recompensa
da pessoa beneficiada (Mt 6.1-4), somente de Deus ao obedecê-Lo segundo a lei
pelo o amor. Nessa
tarde, juntei alguma força que me restou depois dessa dengue, pra lhe dizer
ainda há tempo de amar!
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