Quando o sentimento de
inutilidade toma conta de nós, o que fazer? Às vezes tendemos a fazer
avaliações duras demais, onde se atribui um valor muito maior a tudo aquilo
que, por algum motivo, deu errado. É comum darmos muito mais atenção às
lembranças desagradáveis do que às boas. E o que é ainda pior, ficamos com a
impressão de que nossa vida foi muito mais marcada por dificuldades do que por momentos
felizes. Soma-se a isso, um sentimento de vazio e inutilidade causado pela
falta de uma atividade produtiva tradicional. A ideia que se tem é de que a
vida está; de certa forma, parada e de que, desse momento em diante só resta
esperar. Isso não quer dizer que se deixou de ser produtivo!
Pensando no profeta Isaías (Is 49.1-4), aprendo que esse texto traz dois
momentos na vida do profeta Isaías. Nos três primeiros versículos há uma
atitude vibrante. Há um profundo entendimento do que Deus fez. Não havia
dúvidas no seu coração. Isaías estava convicto do propósito de Deus para a sua
vida. Ele estava bastante entusiasmado nos três primeiros versículos. Havia um
propósito espiritual na vida de Isaías. Encontramos Isaías lutando
desesperadamente contra ele mesmo. O mesmo homem que estava registrando com uma
visão grandiosa o seu ministério, agora está concluindo que é inútil seu
trabalho. Um homem da envergadura deste profeta chega num momento em que vive
uma profunda crise dentro de si próprio! Será que isso ainda acontece nos
nossos dias? No entanto, nós somos normais. É possível vivermos dias assim. É
possível lutarmos com a falta de sentido, de propósito e de razão. Tem gente
que está na fronteira de deixar de congregar na Igreja, não por pecado, mas por
esta crise! Muitas pessoas que enfrentam esta crise, não sabem como sair dela.
Não tiveram ânimo de vir à Igreja, porque está dizendo para si mesma: “não vale a pena, estou
gastando força inutilmente...”, mas você é normal! Se estas
palavras fossem de Demas que abandonou Paulo, ou de Judas que traiu Jesus,
seria mais confortável para nós, mas o texto é do profeta Isaías!
Mas quando Isaías vive este momento de crise, o próprio Isaías nos
surpreende com outas palavras: todavia o meu direito está perante o SENHOR, a
minha recompensa, perante o meu Deus! Quando Isaías muda o seu discurso
novamente, ele está nos ensinando que as crises internas que passamos são
transitórias e que eu preciso abreviar o tempo dela! Não posso permanecer em
crise. Posso até receber uma seta de desânimo, mas isso não pode apagar o que
Deus preparou para mim e você! Quantas vezes nos sentimos inúteis? Quantas
vezes não vemos frutos de coisas que plantamos? Achamos que o nosso direito já
se extraviou ou está esquecido. Mas precisamos saber que está diante de Deus!
Em 1 Tess 5.24 diz: Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.
Deus não é injusto! Não se sinta pior do que você já está; mesmo com crise
você é normal. Mas saiba que o seu direito está diante do Senhor e em breve
você poderá dizer como o apóstolo Paulo: Combati o bom combate, completei a
carreira, guardei a fé. Receba o meu abraço cheio de compreensão e amor, na Paz
que excede todo entendimento!
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