Meditando
sobre Sl 11.1: No Senhor me refugio, como dizes, pois ó minha alma: Foge como
um pássaro para o teu monte? Em momento de introspecção e reflexão, Davi questiona a si mesmo nesse
Salmo. Ele perece viver uma contradição, um momento de conflito onde a fé daria
lugar a insegurança, um sentimento ameaçador que motivava a fuga. A alma de
Davi então é comparada a um pássaro ansioso por fugir para seu monte como se
quisesse experimentar liberdade e solidão. A alma com asas, que foge para o
monte, representa a vontade humana em ilusão de liberdade. O monte, não
implica, necessariamente um lugar físico, mas espiritual. “Meu monte” indica
familiaridade, lugar comum, conhecido, elegido. Fugir está no versículo em
oposição a refugiar. Escolher a fuga, é como distanciar-se de Deus, por esse
motivo, Davi reluta, repreende essa luta travada em seu interior.
A fuga é
um mecanismo de defesa, presente tanto nos homens como nos animais. Fugimos por
motivos tantos que nem caberia enumera-los. É através da fuga que preserva-se a
vida ou encontra-se a morte! Hábeis predadores conseguem sobreviver e dar
continuidade a espécie pela agilidade e força empreendidos nessa ação que
define caça e caçador, perseguido e perseguidor. Fuga, portanto, indica
movimento de partida e chegada, percursos de toda sorte. Fugir como pássaro,
parece ser bem mais confortável e seguro: A imensidão dos céus diminui as
chances de captura, uma vez que a largura, altura e distância do chão, não
comportam tanta proximidade entre predador e presa! Quantos de nós nos
encontramos como pássaros em fuga? Quantos elegeram “seu monte” como provisão,
solução para alma em aflição?
Me
escute: a vida nos apresenta escolhas: Fugir para o monte ou refugiar-se em
Deus. O monte pode proporcionar sensação de liberdade e segurança, contudo
fugitivos jamais estarão livres do medo, das chances de uma traumática captura.
Fugitivos são nômades, errantes a perder de vista o caminho de casa. O monte
tem sobre si o céu e sobre o chão, a permanente aflição. Homens pássaros apenas
fogem de um lugar para outro sem contudo encontrar felicidade. Os montes são
moradas inseguras onde o desabrigo provoca perdas e perigo de morte. Que essa
metanoia, esse voo para Deus, seja a nossa vida, o nosso alvo em toda e
qualquer circunstância.
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