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domingo, 16 de setembro de 2012

Tendo cuidado com a linguagem...


Uma das causas da multiplicação das divisões é a diferença na linguagem. Se as pessoas de uma comunidade começam a não concordar naquilo que falam, essa comunidade corre um sério risco de morrer! Paulo sabia disso. Por isso, quando escreveu para os crentes de Corinto, ele alertou: Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer. (I Co 1.10). Devemos lutar contra isso!

A diferença na linguagem acontece quando os cristãos começam a enfatizar um único ensinamento em detrimento dos demais ensinamentos da Escritura. É como se um grupo começasse a enfatizar somente a batalha espiritual; outro, somente a Teologia Sistemática; um terceiro grupo, somente missões; outro, somente a cura divina; um quinto enfatizasse somente as células; outro, somente a importância do seminário; e assim por diante. São vários grupos distintos dentro da igreja (organização) dizendo que os seus ensinamentos são os mais importantes e os mais relevantes, anunciando somente as suas linguagens características. Inconscientemente, eles vão promovendo a divisão dentro da igreja! Pois é, agora você deve estar dizendo: será mesmo?

Os cristãos cometem muitos enganos nesse assunto. Muitos pensam que a igreja morre em consequência dos ataques de Satanás. Mas o inferno não tem poder para destruir a Igreja (organismo). Pelo contrário; diante da Igreja, são as portas do inferno que não podem prevalecer. O maior inimigo da Igreja não são os demônios nem alguma ausência de atividade evangelística, nem alguma deficiência no ensino, nem algum tipo de problema financeiro, mas as divisões entre os crentes. Jesus afirmou que um reino dividido não pode subsistir (Marcos 3.24). Assim, se a igreja está dividida, ela não consegue sobreviver. Antes, ela morre!

A sobrevivência da igreja (organização) depende da unidade na linguagem. Os cristãos dos primeiros séculos sabiam disso. Por isso, quando um crente se levantava trazendo algum ensinamento diferente daquele exposto na Bíblia ou que enfatizasse apenas um único aspecto da Bíblia, logo iniciava-se uma “movimentação santa”. Os crentes se reuniam e debatiam sobre aquele novo ensinamento até identificarem a posição das Escrituras e os problemas de se enfatizar apenas um único ponto. Eles não descansavam até que a linguagem fosse unificada dentro da igreja. Infelizmente não é o que temos visto, pois a ênfase do partidarismos tem liderado nossas igrejas e púlpitos! Sabe querido, o ser humano tem uma tendência natural de se ligar aos grupos com os quais se identifica. Isso não é ruim; faz parte da nossa individualidade como seres humanos e a Bíblia não condena esse tipo de associação natural. Porém, a Bíblia condena, sim, aquela associação que nasce a partir de divisões dentro de um determinado grupo. Ela condena as associações com ênfase no partidarismo, em que as pessoas valorizam o seu próprio grupo e desprezam os demais. Era isso que estava acontecendo dentro da igreja: as diferenças de linguagem estavam provocando divisões e promovendo partidarismos. (I Co1.12). Esse tipo de postura só esvazia o significado de igreja, enfatiza a criação de partidos dentro da comunidade, faz nascer divisões entre as pessoas e enfraquece a igreja (organização). Mas Cristo, o Cabeça da Igreja (organismo), não está dividido!

Dentro das disputas na igreja de Corinto, os grupos procuravam se fortalecer, tentando conseguir o maior número possível de adeptos através dos batismos. Na cabeça deles, quando alguém batizava o batizado já era adepto do grupo desse alguém. E, absurdamente, esses grupos estavam promovendo essa competição, usando o nome de Paulo, de Apolo e de Pedro. Paulo mostra que era um absurdo as pessoas se dividirem em partidos e competirem por pessoas! Cristo não está dividido; por isso, devemos lutar contra a competição por pessoas.

Devemos entender que as pessoas que chegam à igreja não nos pertencem, mas a Cristo! Nós somos apenas os vasos usados por Deus para ministrar o Evangelho àqueles que se convertem. Ainda que devamos ser modelos para as pessoas, devemos formar seguidores, não de nós mesmos, mas de Cristo! Se cada pessoa formar seguidores dela mesma, haverá várias linguagens, vários partidos e grande divisão dentro da igreja (organização). Contudo, como afirmou o apóstolo Paulo, Cristo não está dividido. Amados, crer também é pensar e a falta de conhecimento das Escrituras leva ao perecimento.

 

 

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