Refletindo
sobre quando Deus diz não! (II Co 2.7-10)... Paulo pediu a Deus que eliminasse
uma dificuldade, um “espinho” na carne que o incomodava. É claro que fazia
sentido orar a Deus para removê-lo. Afinal, a remoção tornaria Paulo mais
eficiente, não é mesmo? Deus, porém, respondeu negativamente! Paulo sabia o
significado de desejar algo de Deus, pedir com fé e com motivos puros e, mesmo
assim, não receber a resposta desejada. A resposta de Deus foi simplesmente: “A
minha graça te basta porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A verdade é
que Oração significa aceitar a
resposta de Deus mesmo que não traduza nosso desejo. Mesmo que não venha
envolta no papel de presente que estamos esperando! Sei o quanto é difícil lidar
com esse tipo de resposta dada pelo Senhor, pois na maioria das vezes, nos
sentimos sendo punidos e não respondidos. Quando Deus diz não nossa alma estremece
e se não tomarmos cuidado, a revolta se instala e perdemos o melhor de Deus
para nossas vidas. Como você está se sentindo com essa resposta negativa de
Deus? As vezes o choro é a melhor atitude.
Em
essência, Paulo disse: “Deus, por favor, elimine esse problema”, e Deus
responde: “Não, deixe que o problema o aproxime mais de mim. Vou dar-lhe graça
para suportá-lo, e poder inesperado através dele. Confie em mim”. Nossa vida de
oração não se restringe em obter algo de Deus; ao contrário, ela se concentra
em buscar o caminho que conduz a Deus! Trata-se de alcançar um relacionamento
mais profundo com Ele. Porém queridos, há ocasiões em que a única coisa que desejamos
é a única coisa que não podemos ter! E você ainda pensou que eu não conhecia
esse sentimento, não foi? Ei, as dores da humanidade não mudaram! Queremos
respostas, mas elas não vêm. As pessoas cobram-nos respostas, mas não as temos
para dar. Umas manifestam sua solidariedade e incentivam-nos a esperar um pouco
mais, a termos calma, a perseveramos no Senhor. O pior é quando não dividimos ou
não podemos dividir nossa espera com outros e fazemos do silêncio angustiante, a
escora de nossa espera! Já pensou nisso?
Pois é, entender a fidelidade de Deus
através do Seu não é um grande desafio! A fidelidade é tratada como fidelidade
para mim e não fidelidade para Ele, ou seja, fidelidade para com o que quero e
não para o que Ele quer. E quando nossos planos e sonhos vão em caminhos
opostos aos planos de Deus para nossa vida? E quando o que quero na verdade vai
representar a quebra de uma Palavra que Deus já liberou? Aí está o desafio da
maturidade cristã, justamente entender que o não de Deus representa o Seu
cuidado. Deus é fiel, não ao que quero, mas ao que Ele quer!
Muitas pessoas se decepcionam quando percebem que a
religião não é uma caixinha de mágica que simplesmente você abre e recebe o que
tanto almeja. Decepcionam-se quando descobrem que a caixinha de promessas não
representa a totalidade das Escrituras. Afinal, ela só é de promessas! Decepcionam-se
quando descobrem que Deus não vai passar por cima de Sua Igreja, não vai passar
por cima de Suas promessas e tão pouco em cima de pessoas simplesmente para
cumprir as nossas determinações e desejos individuais. Devemos entender que
somos filhos e servos. Os filhos não sabem o que verdadeiramente precisam e os
servos literalmente não podem ter o que não for designado pelo seu senhor. Ser
cristão não é usar Deus é depender de Deus! Acredite: o nosso papel é clamar e
o de Deus é julgar o nosso clamor! Porém, não se condene; isso acontece porque
somos humanos e não estamos ainda, em corpos glorificados!
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