Saudade.
Essa palavra, que muitos de nós sentimos alguma vez na vida, é resumida no
dicionário como boas lembranças, recordações ou lembrança grata da pessoa ausente.
Não gostou do tema? Não fique chateado, há necessidade de expressá-lo,
principalmente pra mim.
A
maioria dos nossos tormentos não vem de fora, está alojada na nossa mente,
cravada na nossa memória. Você nunca havia pensado nisso? Pois é, o que nos
impede de ir em frente é uma lembrança mal lembrada que nos acorrenta no
passado, estanca o tempo e não permite avanço! A gente implora a Deus para que
nos ajude a esquecer um amor, uma experiência ruim, uma frase que nos feriu,
quando na verdade não é esquecer que precisamos, devemos é lembrar
corretamente. Ajuste sempre o foco! Nossas lembranças do passado precisam de
eixo, correção de rota, dimensão exata, avaliação fria. Pena que nada disso
seja fácil! (rsrs). Costumamos lembrar com fúria, saudade, vergonha...
lembramos com gosto pelo épico e pelo exagero. Sorte de quem lembra direito. Às
vezes me surpreendo lembrando assim e você?
Você
já observou que primeiro lembramos pra depois sentir saudades? Observe, pois no
fundo queremos lembrar ou viver lembrando, só que não admitimos tal desejo. Eu
tenho saudades, não vou mentir. Tenho saudades de muitas coisas, de muitos
momentos, de muitas pessoas... Alguns momentos da vida da gente ficam marcados
e a palavra marca já indica que é algo difícil de apagar ou esconder. Está lá
cravado em nossa pele, em nosso sentimento, em nossa vida. A marca não é ruim,
é um sinal de que passamos por algo. Acho a saudade uma dessas marcas, é uma
cicatriz interior que só nós mesmos em nossos momentos de reflexão conseguimos
ver! O passado a gente comenta ora com saudade ora
com ressentimento; e nos esquecemos, que nós o fizemos. E o presente, esse hoje
intenso e vivido é o que realmente podemos fazer e escolher.
O Tempo passa, e ao observar isso tento definir um
turbilhão de sentimentos que em mim habitam e andam juntos. Em você não? Percebo que os
momentos, que são partículas do tempo, formaram a minha história. Somos um
conjunto de sentimentos que em nós habitam coordenados pela nossa emoção e
volição. Todos, somos assim! Sabe, o apóstolo Paulo teve sentimentos de
saudades (I Ts 2.17-20; 3.1-5) mesmo sendo um homem cheio da Graça de Deus. O
que quero dizer? Quero que compreendas que somos humanos! Portanto, permita-se
ter tais sentimentos e em Cristo ressignificá-los, tornando sua caminhada nessa
nossa terra, boa de ser lembrada, apesar de tudo. Ei, não é errado sentir
saudades!
Pois
é, a saudade é como um mal-estar na alma humana! Precisamos aprender a conviver
com ela, compreendendo que ela é também uma obra de arte inacabada. Querido,
não tem como dar a última demão, ela sempre terá que ser retocada! Porém, o
Mestre da alma humana tem prazer em nos socorrer diariamente, conduzindo-nos
aos matizes do descanso, fé, esperança, alegria e amor.
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